Personalidade.TXT


E se nós achássemos uma maneira de editar a emoção humana? Digo… de literalmente modificarmos nosso sentimentos e sensações através de alterações nos processos bioquímicos do nosso cérebro conforme a nossa vontade, mas de uma forma muito mais eficiente do que fazemos hoje com as drogas e os medicamentos.

Sim, eu sei há remédios para depressão, mas os efeitos simplesmente não são tão eficientes, não é como se você tomasse uma pílula uma vez na vida e instantaneamente superasse a depressão para sempre, e também há efeitos colaterais indesejáveis quando se usa dessas drogas.

Talvez o futuro da psicologia simplesmente não esteja em você sentar num consultório e ficar falando sobre os problemas da sua vida, talvez o futuro da psicologia seja simplesmente ser substituída pela psiquiatria. Imagine, por exemplo, um remédio ou tratamento que simplesmente curasse com apenas uma pílula sua síndrome do pânico, ou seu TOC, ou sua anorexia, ou, enfim, qualquer outro traço ruim que lhe prejudicasse.

Isso sem falarmos na possibilidade de apagarmos memórias traumáticas que tivemos, como, por exemplo: estupros, torturas, agressões físicas graves, etc…

E se pudéssemos literalmente editar quem somos?

Embora, creio que isso talvez levante uma certa questão moral interessante sobre se seria correto usarmos esse “cheat” para não sentirmos dor. Digo, seria moralmente certo um pai que acaba de perder o filho e está sofrendo uma dor insuportável simplesmente tomar um remédio para instantaneamente parar de sofrer e voltar a ser feliz?

Seria moralmente certo? Ou ao fazer isso estaríamos depreciando a memória daqueles que já se foram? Deveríamos lidar com a dor à moda antiga, encará-la quando não necessário? Ou deveríamos pular essa etapa de luto e tristeza que ocorrem após a morte de um parente, e simplesmente sermos felizes com ajuda desse tratamento?

Isso levantaria profundas questões interessantes sobre o que define quem somos.. e sobre talvez o papel (descartável, ou talvez simplesmente não essencial) que as experiências ruins tem sobre a nossa personalidade, sobre quem acabamos nos tornando ao longo da vida. Há algum valor na dor em si?

Um filme que aborda essa temática de forma genial  é o “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, que por sinal eu já fiz um post comentando dele aqui no blog.

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