Um Trágico Jogo de Malandros


Acho que no fundo… quem manda no jogo simplesmente não quer que esse problema se resolva. No fim do dia, o Hamas, ou melhor dizendo seus financistas no Qatar e no Irão (não é gente vivendo num grande favelão que tá dando as cartas no que está acontecendo, aquilo ali é só o escritório regional), quanta a elite política Israelense… eles não estão morrendo na guerra, seus filhos não estão sendo assassinados pelos terroristas do Hamas.

Para Israel talvez seja bom manter uma situação injusta que evidentemente fomenta o terrorismo, deixar o povo deles com medo, afoito, sem tempo para pensar muito nas coisas, na corrupção e roubalheira correndo solta no governo, especialmente naqueles onde você pode usar o medo como arma para justificar toda sorte de barbaridade e autoritarismo. É até uma boa justificativa para aumentar o poder do estado e manter as fronteiras fechadas, porque diferente do que a IsraAID prega, as fronteiras de Israel são fechadíssimas.

Fora, é claro, que deixando a situação assim eles não precisam devolver todo o território que eles pilharam, nem tão pouco Israel precisa adotar a solução de um estado único e conceder direito ao voto ao povo palestino, podendo assim continuar com regime de apartheid moderno do estado étnico deles.

Para o Irão e demais países árabes dando apoio logístico e financeiro ao Hamas, nações que em vez de conceder vistos humanitários para seus irmãos muçulmanos vivendo no Gueto de Gaza, é bom porque prejudica Israel e qualquer coisa prejudicando Israel é bom para eles.

Para o Egito com sua população de 100 milhões, é bom que o Irã financie e o Hamas já que eles podem usar os laços do Hamas com a irmandade muçulmana como uma justificativa para não precisar aceitar os refugiados.

Para os apoiadores do Hamas entre o povo é “bom” porque eles têm algum senso distorcido de “justiça” ao cometer um atentado terrorista em resposta aos mortos em bombardeios de Israel. Para a organização do grupo até mesmo a resposta brutal de Israel, esta prejudicando majoritariamente o povo a palestino, é boa: quanto mais revolta, devastação e mortos para o lado palestino, mais membros o Hamas terá.

Na minha humilde opinião de especialista em porra nenhuma, toda essa droga de situação parece um tremendo jogo de malandro com esquema atrás de esquemas onde todo mundo tá ganhando alguma coisa. Lembra a frase dum amigo meu que disse que tinha parado de assistir o seriado “House of Cards”, a justificativa dele sendo: só tem vilão nessa porcaria.

A maior vítima nessa história – e apesar de toda a picaretagem e infinitos esquemas e um verdadeiro jogo de intrigas – existe uma verdadeira vítima (e que não é o israelense médio, que no geral em sua grande maioria não tá sendo afetado com isso e que na maior parte do tempo devem ir às baladas sem pensar por 5 segundos nos palestinos vivendo no favelão deles): é a população palestina, especialmente aqueles vivendo em Gaza, que por um sádico arranjo do destino eles estão exatamente onde tanto Israel quer que eles estejam quanto os próprios países árabes:

Sendo usados como massa de manobra.

Sem Estado, sem direito a autodeterminação, e presos numa favela.

“How Will A.I. Learn Next?”


“How Will A.I. Learn Next?”

Lendo este artigo sobre como uma alternativa para IA driblar o limite de big data que os modelos atuais de LLMs precisam seria gerar os próprios dados de treinamento, semelhante ao modo como as engines de xadrez jogam entre si…

Eu acho essa abordagem problemática. Especialmente porque saber se o que alguém está dizendo é verdade ou faz sentido é infinitamente mais complexo do que saber se uma posição de xadrez é boa ou não. Xadrez é matemática: você perde, empata ou ganha. Talvez a linguagem humana também seja matemática? Mas, se for o caso, é uma matemática de outro mundo….

Eu acredito que uma abordagem melhor seria… criar IAs que conseguem extrair mais significado com menos dados. Porque, se você pensar em um ser humano, nenhum ser humano precisa ler 1 milhão de livros para entender qualquer coisa. Nós conseguimos extrair significado com um número ridiculamente menor de dados.

Em outras palavras, o cérebro humano tem uma capacidade absolutamente fantástica em entender coisas com apenas meia dúzia de exemplos, literalmente meia dúzia, é o que eles chamam de “few-shots learning”.

O Problema das Mega Cidades


“Estudo revela que mais de 80% dos brasileiros vivem em menos de 1% do território nacional”

Sobre o preço da moradia na cidade grande… me parece que você está resolvendo essencialmente o “problema” errado ao criar novas moradias nesses lugares. Terreno é o que não falta no Brasil, ao contrário de muitos dos países que enfrentam esse desafio. Não é o caso do Japão, onde simplesmente não tem mais lugar para construir”, e você precisa criar toda essa engenharia fantástica de aumentar a costa com ilhas artificiais, cidades flutuantes e mega prédios . Acho que o problema na verdade é a concentração de oportunidades econômicas em 1% do território nacional. Pouca gente vai morar em São Paulo especificamente porque ele quer morar em “São Paulo”, é uma coisa muito tipo “Oh, lá é onde as oportunidades econômicas estão”.

A Palavra “Terrorismo”

Cena do filme japonês Hadashi no Gen” (Gen Pés Descalços) 1983, mostrando a devastação da bomba atômica “Little Boy” jogada em Hiroshima no dia 6 de Agosto de 1945

Sempre fui muito cínico em relação ao conceito de “crimes de guerra” (como se a própria guerra em si já não fosse, pela própria natureza, um crime) ou da ideia de distinguir ações militares que matam cíveis de terrorismo.

Me parece que essa palavra “terrorismo” é usada muitas vezes apenas como uma forma de Estados reconhecidos pela comunidade internacional criarem uma distinção imaginaria da violência praticada por eles da violência perpetrada por aqueles que não gozam desse mesmo reconhecimento.

Os ataques russos ao longo da invasão da Ucrânia, por exemplo, de modo geral não foram considerados como terrorismo pela comunidade internacional apesar dos milhares de civis mortos. O mesmo podemos dizer dos ataques contra Hiroshima e Nagasaki, que assassinaram cerca 200 mil japoneses inocentes. E o mesmo se aplica aos ataques de Israel na Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, muitas vezes esse organismo não-estatal ou sem o reconhecimento e chancela da comunidade internacional, não tem poder bélico para responder na mesma moeda. Não tem poder para dar esse verniz cínico de “ações militares”, ao que é essencialmente terrorismo, que as nações estabelecidas e com alto poder militar tem capacidade de realizar.

Quero dizer, os Estados Unidos não precisou sequestrar 200 mil japoneses e executá-los um a um ao longo de meses. Eles tinham duas bombas atômicas e simplesmente as explodiram em duas cidades japonesas. O resultado foi o mesmo, mas a forma como foi feito, de modo mais “indireto”, sem precisar sujar as mãos de sangue, permitiu-lhes diferenciar esse terrorismo “limpinho”, cometido por eles, do terrorismo tradicional, cometido pelos outros.

Mas no fim do dia você teve inocentes mortos do mesmo jeito.

Diário: 09/10/2023

Muitas vezes você tem que deixar o ódio de lado para seguir em frente. E você tem que… eu nem digo perdoar, mas esquecer e colocar uma pedra nesse assunto ao ponto de que pelo menos seus netos não se odeiem. Palestina ataca Israel e mata um monte de gente inocente, Israel ataca Palestina e mata um monte de gente inocente e o ódio se retroalimenta e olho por olho e o mundo fica cego… Muitas vezes o ódio não vai embora e você tem que aprender a conviver com isso e entender que para todos terem paz, você infelizmente não vai ter justiça. A anistia doí e é injusta num nível individual, mas às vezes é necessária para o todo. Muitas vezes a paz vem antes da justiça. E você simplesmente não vai ter uma situação de paz lá até que haja uma solução justa para ambos os lados. Os judeus não vão embora, nem os palestinos.

“Só uma coisa pode nos salvar e isso é o amor”

Os Assassinatos dos 3 Médicos no Rio e os 35 Anos de Nossa Constituição…


Tem certas histórias que acabam sendo um verdadeiro “suco de Brasil”, um trágico resumo de tudo de ruim que tem no nosso país. Os assassinatos dos 3 médicos – até o momento aparentemente resultado dum “engano” – no aniversário de 35 anos de nossa Constituição revela isso e muito mais. Ela nos mostra:

1) Incompetência do sistema judiciário: Para começo de conversa, por que o miliciano, Taillon Barbosa, que os bandidos aparentemente queriam matar, foi solto pela justiça? Por que um bandido perigosíssimo ficou apenas 2 anos preso? Ainda mais num país onde pessoas que protestam são condenadas a 17 anos de prisão.

Fato é que muito provavelmente existem diversas irregularidades nesse processo de soltura desse criminoso, isso para não dizer que tenha havido vendas de sentença. E o pior é que o sistema judiciário brasileiro é tão movido a cinismo e querer “pagar de bonito” que não me surpreenderia em nada se agora eles fossem passar a história a limpo e mandassem prender esse marginal, que, desde que foi solto em Setembro ,certamente já deve ter seguido os passos do traficante André do Rap, solto pela nossa Suprema Corte em 2021, e sumido no mapa.

2) Incompetência do sistema prisional: Que país é esse onde chefes do tráfico presos têm celulares à sua disposição para organizar um “Tribunal do Crime” diretamente de dentro da prisão via videoconferência e executar os bandidos que teriam assassinado os médicos por engano?

3) Total falência do Rio de Janeiro: Para as 15 pessoas no mundo que ainda tinham alguma dúvida que o Rio é um estado e, principalmente, um município falido e inseguro, vivendo essencialmente um estado de guerra civil, um lugar que jamais deveria realizar qualquer tipo de evento internacional…

Na prática, e em termos realistas e por mais triste que possa ser fazer essa afirmação – porque não deveria ser assim: existe algo pior do que você ter uma gangue dominando o crime num estado, como acontece em São Paulo com o PCC, e essa situação é você ter duas ou mais gangues brigando para ver quem vai controlar o crime no estado e inocentes morrendo no fogo cruzado. É um problema similar a quando o governo do Gaddafi foi derrubado pelo Ocidente e agora a Líbia está vivendo uma guerra civil e vendendo escravos.

4) O elitismo e o eterno sistema de casta brasileiro: Alguém tem alguma dúvida que esse crime seria varrido para debaixo do tapete, com todo desprezo e anuência das autoridades e da própria imprensa, se os bandidos, em vez de confundirem o miliciano com um médico (um deles inclusive sendo irmão duma deputada federal), tivessem o confundido com um gari?

É uma daquelas ironias do destino que esse crime bárbaro tenha acontecido no aniversário dos 35 anos da nossa Carta Magna que só vem nos mostrar que o Brasil com liberdade e segurança vai ser sempre o país do futuro e que a única saída é o aeroporto mais próximo…

Diário: 02/10/2023


• No fim do dia todo mundo morre de morte cerebral
, a diferença é só como você “chega” até lá, como o seu cérebro para de funcionar. Sabe, acho que as pessoas no futuro vão olhar e ficar horrorizadas com quão frágil era o nosso suporte de vida: “Quer dizer que se o seu coração parasse de bater já era e você tava morto?”

• É, engraçado, você fica querendo as coisas e junta dinheiro por anos e anos para tentar conseguir comprar aquilo, só para talvez conseguir comprar uma versão mais barata e vagabunda do que aquilo que realmente queria… enquanto isso, muitas vezes o que você queria tá lá na loja, ninguém usando: um celular, um computador, um violão, um videogame seja lá o que for. Claro, eu sei que não funciona assim, tem o mercado, a economia, demanda e consumo e lero-lero e o número de gente que gostaria de ter aquilo é muito maior do que apenas você, é muito maior do que a quantidade de produtos que tá lá na loja sem ninguém usar. Mas num nível instintivo primitivo parece meio “““injusto”””. Imagino como deve ser ter dinheiro, tipo, ver algo e falar “vou comprar”, sem nem pensar duas vezes. Sem ter que ficar meses e meses, anos até, juntando dinheiro. Simplesmente, viu e comprou. Sonhar não custa nada, não é?

• É curioso pensar em como você explicaria o conceito de filmes gerados por IA para o Georges Méliès. Digo, a progressão do cinema e tal, do rolo de filme as imagens geradas nos espaços latentes em computadores e por inteligências artificiais e o caralho a quatro. Uma evolução inimaginável para as pessoas do fim do século 19.

• É interessante pensar como o conceito da IA generativa acaba se misturando com o conceito de “lost media”, mais especificamente em dois aspectos: primeiro, isso permite “recriar” todo tipo de “lost media” (filmes, entrevistas, áudio, etc). Evidentemente não vai ser a coisa real, mas será uma aproximação muito próxima baseado nos registros históricos disponíveis. Você tem um roteiro de um episódio do Chaves que foi perdido? Essa IA analisará todos os episódios do Chaves e irá criar um roteiro e ao julgar pela qualidade do material apenas, será indistinguível de um episódio gravado na época. O segundo aspecto, claro, é que vai ficar muito difícil saber o que era autêntico e o que não era, porque você provavelmente vai ter que buscar respostas sobre isso fora do material. Por exemplo, onde esse registro foi achado? Existe algum documento, algum relato humano de alguém que esteve lá e pode confirmar que esse material é autêntico?

• Outro aspecto interessante é “converter” filmes antigos para formatos atuais. Claro, vai ter quem diga que isso é sacrilégio e blá blá blá. Mas suponhamos que você queira uma versão do clássico “The Great Dictator” filmado colorido por uma câmera Red Epic-W Helium 8K, com o áudio captado por microfones Sennheiser MKH 416, e, claro, em widescreen com a IA imaginando como seria o resto da cena que não foi filmado originalmente. A IA vai analisar o filme e essencialmente reconstruir todo um novo filme usando o antigo como referência – para usar o linguajar da IA generativa, pense nisso como um video-to-video usando controlnets.

• Inspirando-me na célebre frase de Dawkins: “Most art will never be seen because they will never going to exist. The potential masterpieces who could have been in the Louvre and other renowned museums but who will in fact never see the light of day outnumber the sand grains of Arabia. Certainly those unborn ghosts include poems greater than “Do not go gentle into that good night” and “Ode”, films greater than “Forrest Gump”. We know this because the set of possible art allowed by rearranging words, ink in a canvas and pixels in a scream massively exceeds the sets of possibilities that time and money allows humans to create”: E… a razão pela qual a IA, a inteligência artificial generativa é tão absolutamente fascinante é o que ela revela, e o que ela nos permite vislumbrar, os mundos que ela nos abrem as portas. A arte criada pelas máquinas nos traz mais próximo de contemplar e de garantir que – ao menos e no mínimo – toda arte que alguém gostaria de ver exista e exista na melhor e mais perfeita e majestosa execução da mesma. E isso é incrível, isso é o sonho. Toda a criatividade possível.

• Eu acho que os escritores de ficção científica tem um papel gigantesco em guiar a humanidade e imaginar e vislumbrar algo tão absurdo e falar “Cara, e se isso fosse possível? Como seria o mundo?”. Nós devemos muita coisa a eles.

• Muitas gerações pensaram que o seu tempo de vida era excepcional, mas e se o nosso caso for verdade? E se o destino nos reservou a oportunidade e o privilégio de testemunharmos eventos que mudariam o mundo para sempre? Eventos do tipo que você cria calendários de “Antes e Depois” dele acontecer?

• Esses dias eu fui ouvir a discografia do Erasmo Carlos, no fim de um dos CDs, “Amar Pra Viver Ou Morrer de Amor” lançado em 1982 tem uma entrevista dele. Imagino que na era pré-internet e até mesmo pré-MTV isso fazia bastante sentido. E é muito interessante ver os pensamentos dele, e ele falando sobre a vida e a geração dele e afins. Lembra ligeiramente uma crise de meia idade, mas não num sentido ruim. E, de fato, era o meio da vida dele – ele nasceu em 1941 e o CD é de 1982 e ele morre em 2022, 40 anos depois, então, você tem essas reflexões sobre a vida de um homem no meio de sua jornada. De certa forma, muitas vezes lendo um livro ou ouvindo uma entrevista, ainda mais uma entrevista tão natural e aberta assim, parece que duma estranha forma você tá tendo uma “conversa” com alguém, desafiando o espaço-tempo. Não é uma conversa de fato, evidentemente, mas duma forma poética, digamos assim…

• Muitas vezes a coisa acontece e você só vai ver o resultado disso anos e anos depois. A gente vê o Massacre do Carandiru que acabou dando origem ao PCC que, 14 anos mais tarde, acabou resultando nos ataques de 2006 que pararam o Brasil, e a gente contrasta isso com o que vem acontecendo com os manifestantes do dia 8. Teve gente pagando muito, muito, muito além do que aquilo que ele realmente devia. Teve gente com a vida arruinada. Não acredito que essas penas absurdas serão revistas em momento algum, e é difícil não pensar no que esse abuso dará origem? Talvez não seja amanhã, nem ano que vem, mas daqui a 10, 15, 30 anos. Esse pessoal tem filho, o que o filho de alguém que viu o pai ficar preso praticamente 20 anos na cadeia por que ele protestou vai pensar? Há muita revolta sendo armazenada aqui e os efeitos disso nós só vamos ver anos e anos no futuro. Uma hora a barragem estoura.

Arte, IA, Espaços Difusos e o Mundo das Ideias de Platão


Tudo sempre existiu, tudo sempre esteve lá, em seus respectivos espaços latentes, apenas esperando para serem descobertos e acontecer.

Acredito que esse debate em relação à inteligência artificial generativa demonstra lindamente o conceito do “Mundo das Ideias de Platão”, e nos faz questionar o próprio processo de criação humano. Na IA generativa existe o conceito de espaços latentes (latent spaces), isso é essencialmente todas as imagens possíveis que um modelo poderia gerar, um número absolutamente absurdo, praticamente infinito.

Uma das críticas comuns em relação aos usuários da IA generativa é que você não está criando arte. De que você estaria essencialmente “pesquisando imagens no Google”, buscando por pixels em uma determinada localidade, e que o seu gesto não é uma “criação autêntica” – que você está meramente explorando possibilidades e selecionando o que você quer. De certo modo, concordo.

Porém, o mesmo podemos dizer do ser humano. Existe um número finito de imagens que podem existir. Por exemplo, você só pode organizar as 16.777.216 cores RGB uma imagem de 1000X1000 pixels de uma determinada maneira, mais especificamente: 16,777,216 ^ 1,000,000 ~ 10^3016297.

Existe um número finito de organizar todas as letras e símbolos de nosso alfabeto num livro de 100.000 espaços. Suponhamos que temos 130 caracteres, que incluem as letras do alfabeto romano em maiúsculo, minúsculo, incluindo variações contendo acentuação, e outros sinais.

E, talvez mais interessante ainda: existe um número infinito de maneiras de organizar bytes num arquivo digital. Arquivo este que pode representar músicas, áudios, livros, imagens, vídeos, etc. De modo que simplesmente há uma quantidade finita de arquivos de 10GBs que podem existir (3.4028 x 10^301,034,966).

Então, por exemplo, ainda que infinitamente improvável, estilo “Teorema dos Macacos” improvável, um programa de computador que gerasse arquivos de modo totalmente aleatório, poderia gerar um arquivo MKV do filme “Forrest Gump”. De fato, este programa geraria até mesmo uma versão absolutamente igual ao do filme que de fato existiu, cena a cena, mas onde o personagem principal é interpretado pelo ator Morgan Freeman.

O ponto onde quero chegar e deixar claro é que nada se cria, tudo se descobre. Nós sempre estamos explorando esses mundos de espaços latentes, e pinçamos aquelas ideias num mar de infinitas ideias, trazendo elas a luz do dia, trazendo ela ao nosso mundo. É isso que artistas vem fazendo desde o começo da humanidade. Tudo que muda nos dias atuais é a parte técnica de como esse processo de “mineração dos espaços difusos” se dá.