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Air Head by Shy Kids | Sora Open AI

O futuro do cinema é a IA. E ele é lindo.

“Bem, dizem que todos têm algo único em relação a eles, algo que os diferencia. É só que, no meu caso, sabe… é bem óbvio o que é isso. Eu sou literalmente cheio de ar quente. É, viver assim tem seus desafios. Por exemplo, dias em que venta bastante são particularmente problemáticos. Teve uma vez em que minha namorada insistiu que eu fosse à loja de cactos para comprar um presente de casamento para o meu tio Jerry. Eita…

O que mais amo sobre a minha circunstância? Bem, a perspectiva que ela me dá. Sabe, eu vejo o mundo de forma diferente, eu flutuo acima do mundano e do ordinário, eu vejo as coisas de uma maneira diferente de todo mundo. E é por causa dessa perspectiva que sou lembrado todos os dias de que a vida é frágil. Estamos a um mero alfinete de distância da deflação. Por isso, tento viver a vida com leveza, uma suavidade, a “joie de vivre.

Tenho muitas ideias para manter essa coisa cheia. Com sorte, encontrarei uma maneira de compartilhá-las com todos.”

Side by Side by Side


Há um fascinante documentário chamado “Side by Side” de 2012, contando a história do cinema digital e fazendo um contraste entre o cinema analógico, com seus grãos e acetato, e o cinema do século 21, filmado com suas modernas câmeras RED e seus pixels.

Essencialmente discutindo a respeito da evolução da sétima arte, e sobre como mais e mais diretores estavam aderindo ao digital. O documentário é de 2011 e, embora filmes já fossem editados em computadores desde os anos 90, eles só passaram a ser filmados diretamente em câmeras digitais por volta de 2007.

Claro que aqui falo no geral. Você vai encontrar filmes gravados digitalmente antes disso, como “28 Days Later”, lançado em 2008, (que espero que façam upscalle nele no futuro, já que a qualidade original é terrível) e o Star Wars: Episode I – The Phantom Menace de 1999, mas o ponto é que isso simplesmente ainda não era o padrão na indústria.

Dei toda essa contextualização porque estava refletindo sobre a próxima evolução do cinema. Que, caso você leia esse blog, já deve ter visto em alguns dos meus outros 300 artigos sobre o tema, sabe que se trata da Inteligência Artificial.

Essencialmente, chegaremos ao ponto de filmes sendo gerados por IAs se tornarem a norma de como filmes são feitos, de como o cinema é produzido. Longas-metragens gravados com atores humanos se tornando eventos raros.

Essa tecnologia também irá democratizar a criação de filmes, um adolescente com um computador qualquer daqui a 5 ou 15 anos vai ter capacidade de produzir uma obra tão boa quanto um estúdio com bilhões de dólares hoje em dia.

E reassistindo esse documentário, é fascinante porque muito do que eles dizem, da transição, da inovação tecnológica, do debate, e dos puristas do “Oh, isso não é o jeito certo de fazer cinema!”, acaba se aplicando a esse futuro debate que teremos, do cinema gerado por IA.

De “Le Voyage Dans La Lune” ao “Runway”, mostrados à Georges Méliès por Dr. Who

Diário: 31/01/2024

• O filho da puta mais frustrado do mundo, este que vos fala.

• Se não tem dinheiro para resolver, para que falar?

A astrologia é a fake news de estimação da esquerda.

• My future is a slow motion car crash happening right before my eyes.

• All the nice things I will never have. All the cute girls I will never be.

“What happens if we have better technology”, I think it was and it is the question that defines all my life philosophy.

• A culpa é minha. O problema é que eu sou um bosta. Continuar lendo Diário: 31/01/2024

Diário: 02/10/2023


• No fim do dia todo mundo morre de morte cerebral
, a diferença é só como você “chega” até lá, como o seu cérebro para de funcionar. Sabe, acho que as pessoas no futuro vão olhar e ficar horrorizadas com quão frágil era o nosso suporte de vida: “Quer dizer que se o seu coração parasse de bater já era e você tava morto?”

• É, engraçado, você fica querendo as coisas e junta dinheiro por anos e anos para tentar conseguir comprar aquilo, só para talvez conseguir comprar uma versão mais barata e vagabunda do que aquilo que realmente queria… enquanto isso, muitas vezes o que você queria tá lá na loja, ninguém usando: um celular, um computador, um violão, um videogame seja lá o que for. Claro, eu sei que não funciona assim, tem o mercado, a economia, demanda e consumo e lero-lero e o número de gente que gostaria de ter aquilo é muito maior do que apenas você, é muito maior do que a quantidade de produtos que tá lá na loja sem ninguém usar. Mas num nível instintivo primitivo parece meio “““injusto”””. Imagino como deve ser ter dinheiro, tipo, ver algo e falar “vou comprar”, sem nem pensar duas vezes. Sem ter que ficar meses e meses, anos até, juntando dinheiro. Simplesmente, viu e comprou. Sonhar não custa nada, não é?

• É curioso pensar em como você explicaria o conceito de filmes gerados por IA para o Georges Méliès. Digo, a progressão do cinema e tal, do rolo de filme as imagens geradas nos espaços latentes em computadores e por inteligências artificiais e o caralho a quatro. Uma evolução inimaginável para as pessoas do fim do século 19.

• É interessante pensar como o conceito da IA generativa acaba se misturando com o conceito de “lost media”, mais especificamente em dois aspectos: primeiro, isso permite “recriar” todo tipo de “lost media” (filmes, entrevistas, áudio, etc). Evidentemente não vai ser a coisa real, mas será uma aproximação muito próxima baseado nos registros históricos disponíveis. Você tem um roteiro de um episódio do Chaves que foi perdido? Essa IA analisará todos os episódios do Chaves e irá criar um roteiro e ao julgar pela qualidade do material apenas, será indistinguível de um episódio gravado na época. O segundo aspecto, claro, é que vai ficar muito difícil saber o que era autêntico e o que não era, porque você provavelmente vai ter que buscar respostas sobre isso fora do material. Por exemplo, onde esse registro foi achado? Existe algum documento, algum relato humano de alguém que esteve lá e pode confirmar que esse material é autêntico?

• Outro aspecto interessante é “converter” filmes antigos para formatos atuais. Claro, vai ter quem diga que isso é sacrilégio e blá blá blá. Mas suponhamos que você queira uma versão do clássico “The Great Dictator” filmado colorido por uma câmera Red Epic-W Helium 8K, com o áudio captado por microfones Sennheiser MKH 416, e, claro, em widescreen com a IA imaginando como seria o resto da cena que não foi filmado originalmente. A IA vai analisar o filme e essencialmente reconstruir todo um novo filme usando o antigo como referência – para usar o linguajar da IA generativa, pense nisso como um video-to-video usando controlnets.

• Inspirando-me na célebre frase de Dawkins: “Most art will never be seen because they will never going to exist. The potential masterpieces who could have been in the Louvre and other renowned museums but who will in fact never see the light of day outnumber the sand grains of Arabia. Certainly those unborn ghosts include poems greater than “Do not go gentle into that good night” and “Ode”, films greater than “Forrest Gump”. We know this because the set of possible art allowed by rearranging words, ink in a canvas and pixels in a scream massively exceeds the sets of possibilities that time and money allows humans to create”: E… a razão pela qual a IA, a inteligência artificial generativa é tão absolutamente fascinante é o que ela revela, e o que ela nos permite vislumbrar, os mundos que ela nos abrem as portas. A arte criada pelas máquinas nos traz mais próximo de contemplar e de garantir que – ao menos e no mínimo – toda arte que alguém gostaria de ver exista e exista na melhor e mais perfeita e majestosa execução da mesma. E isso é incrível, isso é o sonho. Toda a criatividade possível.

• Eu acho que os escritores de ficção científica tem um papel gigantesco em guiar a humanidade e imaginar e vislumbrar algo tão absurdo e falar “Cara, e se isso fosse possível? Como seria o mundo?”. Nós devemos muita coisa a eles.

• Muitas gerações pensaram que o seu tempo de vida era excepcional, mas e se o nosso caso for verdade? E se o destino nos reservou a oportunidade e o privilégio de testemunharmos eventos que mudariam o mundo para sempre? Eventos do tipo que você cria calendários de “Antes e Depois” dele acontecer?

• Esses dias eu fui ouvir a discografia do Erasmo Carlos, no fim de um dos CDs, “Amar Pra Viver Ou Morrer de Amor” lançado em 1982 tem uma entrevista dele. Imagino que na era pré-internet e até mesmo pré-MTV isso fazia bastante sentido. E é muito interessante ver os pensamentos dele, e ele falando sobre a vida e a geração dele e afins. Lembra ligeiramente uma crise de meia idade, mas não num sentido ruim. E, de fato, era o meio da vida dele – ele nasceu em 1941 e o CD é de 1982 e ele morre em 2022, 40 anos depois, então, você tem essas reflexões sobre a vida de um homem no meio de sua jornada. De certa forma, muitas vezes lendo um livro ou ouvindo uma entrevista, ainda mais uma entrevista tão natural e aberta assim, parece que duma estranha forma você tá tendo uma “conversa” com alguém, desafiando o espaço-tempo. Não é uma conversa de fato, evidentemente, mas duma forma poética, digamos assim…

• Muitas vezes a coisa acontece e você só vai ver o resultado disso anos e anos depois. A gente vê o Massacre do Carandiru que acabou dando origem ao PCC que, 14 anos mais tarde, acabou resultando nos ataques de 2006 que pararam o Brasil, e a gente contrasta isso com o que vem acontecendo com os manifestantes do dia 8. Teve gente pagando muito, muito, muito além do que aquilo que ele realmente devia. Teve gente com a vida arruinada. Não acredito que essas penas absurdas serão revistas em momento algum, e é difícil não pensar no que esse abuso dará origem? Talvez não seja amanhã, nem ano que vem, mas daqui a 10, 15, 30 anos. Esse pessoal tem filho, o que o filho de alguém que viu o pai ficar preso praticamente 20 anos na cadeia por que ele protestou vai pensar? Há muita revolta sendo armazenada aqui e os efeitos disso nós só vamos ver anos e anos no futuro. Uma hora a barragem estoura.

Roteiro para Filme Absolutamente Sombrio


[Cena Inicial]

1950. Fim de tarde, iluminação meio azulada, câmera vai mostrando os cômodos de uma casa de campo, silencio completo, só o barulho do campo de grilos e afins, câmera vai se aproximando de um determinado cômodo e vemos o mais completo pandemônio na cozinha, sangue, objetos jogados pelo chão. Vemos um menino de 7 anos de costas segurando uma arma e olhando para os cadáveres de seus familiares. A cena corta para um close bem no olho da criança, olhos vidrados de um monstro. É uma típica cena assustadora de filme de terror, a ideia é passar a impressão de que talvez o menino estivesse possuído por algum demônio. Continuar lendo Roteiro para Filme Absolutamente Sombrio

Cadeias de Produção e o Cinema

É interessante pensar em como o processo de produção de um produto evolui tanto a um ponto em que é até difícil de se imaginar como se fazia aquilo, a um ponto de que os atuais especialistas e profissionais em torno daquilo, muito embora consigam produzir um resultado melhor, não conseguiriam fazer igual antigamente.

Assistindo o documentário “Light & Magic” sobre a história dos efeitos especiais, mais especificamente sobre o time de artistas que criaram os efeitos do Star Wars, percebe-se todos os efeitos práticos de cenas de batalhas espaciais, coisas que hoje em dia seriam criadas num Blender da vida ou numa Unreal Engine, ou alguma outra ferramenta gráfica de renderização 3D rodando em modernos computadores. Continuar lendo Cadeias de Produção e o Cinema

The Cinema Cartography | Pre-Cinema: Cinémathèque

Isso me faz pensar em quantas outras formas de contar histórias a tecnologia tornará isso possível. Digo, talvez no futuro você coloque um capacete e seja teletransportado para um “filme”, ou como chamemos essa experiência, e você esquecerá por algumas horas quem você era, você será outra pessoa, você realmente ser capaz de sentir como é ser esse personagem, algum tipo de tecnologia de realidade virtual imersiva?

O Efeito do Conhecimento Popular de Histórias nas Próprias Histórias


É interessante como a forma que o mundo real vê a ficção e o conhecimento desse mesmo mundo sobre a narrativa cinematográfica, de histórias e tudo mais, se reflete nessas próprias histórias e nos próprios questionamentos feitos pelos personagens dentro delas. De certa forma o conhecimento do telespectador representa uma quebra na quarta parede.

Se você não entendeu bem o que eu estou dizendo deixe-me explicar melhor: Recentemente comecei assistir essa série chamada “From”, uma espécie de mistura de “Lost” com “Under The Dome”, onde existe um vilarejo isolado onde as pessoas que entram lá simplesmente não conseguem mais sair, sempre que alguém tenta dirigir para fora, as estradas formam uma espécie de labirinto infinito onde elas sempre acabam desaguando na própria cidade. O vilarejo aparentemente não fica em lugar algum, visto que as pessoas que chegam lá estavam dirigindo em diferentes rodovias dos Estados Unidos em pontos totalmente opostos do país, elas se perderam na estrada e quando se deram conta simplesmente estavam lá. Para deixar a coisa mais interessante, de noite existem monstros que rumam pela cidade matando todos que não estão dentro de casa.

Dito isso, eventualmente as pessoas na vila começam a teorizar sobre onde elas estão: imaginam se estão mortas, imaginam se de alguma forma eles foram parar em outro universo, com outras leis da física e afins. E essa é a parte principal do post e o que eu gostaria de dissertar melhor e mais detalhadamente: O conhecimento do indivíduo comum sobre histórias, nesse caso especialmente as de mistério e terror e afins, se reflete em tais próprias histórias.

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Alguns breves pensamentos sobre Blockbusters e o Futuro

Estava pensando sobre como grande diferencial dos Blockbusters, principalmente hoje em dia, são:

• Os mega efeitos especiais (filmes com computação gráfica incrível, obras como Avatar e os filmes da Disney, por exemplo)
• Exclusividade nas franquias (filmes como o Star-Wars, onde apenas o detentor dos direitos autorais pode continuar aquela história)
• A publicidade investida naquilo para criar todo o burburim ao redor do lançamento de tal obra

Digo “hoje em dia”, pois evidentemente os meios de transmissão e produção de conteúdo ficaram tão baratos que acabou se tornando necessário fazer algo extravagante e diferente dos outros milhões de filmes que você têm a sua disposição. Porém, e eu basicamente abordo essa questão em meu artigo “A Automatização da “Parte Técnica” da Arte: O Uso da Inteligência Artificial na Criação Artística”: Continuar lendo Alguns breves pensamentos sobre Blockbusters e o Futuro