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Chromium foi uma Barganha Faustiana


“O que as empresas desenvolvedoras ganharam ao ter um browser ‘de graça’, a Google ganhou em poder para influenciar fortemente os rumos da web.”

Existe um motivo pelo qual, por exemplo, a maioria dos navegadores mobile em pleno 2024 ainda não oferece suporte a extensões. É porque o chromium não oferece essa funcionalidade e o chromium não oferece isso porque a Google não quer que as pessoas instalem bloqueadores de anúncios.

A maioria das empresas mantenedoras simplesmente não tem condições de manter um fork (mais sobre isso no fim do texto) que com o passar do tempo se distanciaria mais e mais da versão mantida pela Google.

É garantia de 100% de controle sob os rumos da internet? Não, não é. Se uma feature – que Google removeu ou simplesmente nunca implementou – é fortemente desejada, os desenvolvedores irão implementar. Vide certos navegadores baseados em Chromium, como Brave e Vivaldi, que possuem bloqueadores de anúncios implementados nativamente neles.

Entretanto, para a Google, esse sistema gera a quantidade de dificuldade ideal para os outros desenvolvedores de navegadores, e dá à empresa do Vale do Silício um grande poder de influenciar quais features são implementadas na maioria dos browsers. Continuar lendo Chromium foi uma Barganha Faustiana

Do Netscape ao Browsers Modernos: A “Apptização” do Navegador

Da série “Mais um de Meus Devaneios sobre Navegadores”:

O que se tem visto com o passar do tempo tem sido navegadores cada vez mais “cheio de tralha”. Ou seja, passou a adicionar no navegador serviços como: tradução de páginas, coleções de página, transcrição de áudio, transcrição e dublagem automática de vídeos (ainda que evidentemente precária), reviews de sites, sincronização automática com o celular e por aí vai.

Tudo isso sempre agregado a empresa criadora do browser, seja a Google, Microsoft, Yandex, Apple, etc… em vez de padrões abertos e serviços não integrados a um determinado navegador, mas sim que funcionassem em todos.

Essas “features” em si não são ruins, uma vez que tais features muitas vezes tendem a aprimorar a experiência do usuário, por exemplo,  o serviço de transcrição de texto em áudio do Microsoft Edge é de longe o melhor, mas ao mesmo tempo são coisas que acabam por prender o usuário dentro duma determinada plataforma, que evidentemente é o objetivo, fora a sincronização dos dados concentradas nessas plataformas mães.

É como se eles estivessem transformando o browser num “aplicativo”, no sentido mais fechado e obcecado por controle que você poderia imaginar, como seu browser não fosse diferente do aplicativo do Facebook ou Instagram e por aí vai.  Simples coisas como instalar extensões do fora da loja oficial do Google Chrome, ou instalar extensões não assinadas pela Mozilla, no caso do Firefox, não são permitidos.