Nós nascemos e morremos por aí, espalhados, cada um no seu canto, cada um no seu tempo. Todos fora de sincronia. Como na cena final do “Six Foot Under”.
Estava pesquisando sobre o desastre do Titanic, e apesar dele ter ocorrido em 1912, muitos dos sobreviventes acabaram vivendo bastante tempo após isso, tinham boa saúde e eram jovens na época. Um sobrevivente do Titanic que tivesse nascido em 1890 poderia possivelmente presenciar até mesmo a chegada dos anos 2000. De fato, a sobrevivente mais jovem do navio, um bebê de 2 meses, morreu em 2009.
Eu estou dando toda essa volta porque, acho que tem certos assuntos que te fascinam duma forma ou outra por algum motivo que você não sabe explicar o porquê exatamente. Todos aqueles sobreviventes do Titanic, que chegaram na costa e ficaram em algum abrigo onde receberam os primeiros socorros, todos eles morreram eventualmente “espalhados por aí”. Alguns eram idosos da Era Vitoriana nascidos em 1850 e morreram 1 ano depois de infarto, outros bebês recém nascidos que só morreram em 2009, pessoas de diferentes épocas coexistindo por alguns instantes, como sempre.
E isso é um assunto que não consigo deixar de lado. Já devo ter escrito uns 30 posts sobre isso, sobre como as eras e gerações se dissipam umas nas outras. Quem tinha 30 anos em 1980 tinha nascido em 1950. Quem nasceu em 1980 hoje em dia está com 40 anos, e não importa quanto tempo passe, “30 anos atrás” para mim sempre será os anos 70…
Tinha um seriado que passava no SBT chamado “The Dead Zone”, onde um vidente tinha o poder de ver o que tinha acontecido e o que iria acontecer ao tocar em alguém ou algum objeto, imagino como seria estar lá em 1912 e apertar a mão de cada um daqueles sobreviventes e ver exatamente o que seria de suas vidas. Imagino como seria tocar as pessoas e saber de seus destinos.
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