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Um Easter Egg de 20 Anos

É uma agradável experiência assistir a um filme antigo aleatório e, numa determinada cena, do nada, perceber “Oh, isso está parecendo aquele episódio dos Simpsons que eu assisti 30 vezes quando eu era criança”, e ver a situação ficando cada vez mais e mais parecida com a do episódio só para então finalmente sacar: “Caramba, é uma referência!”

De certo modo, é como se tivessem te dado um presente, um “easter egg”, que você nem se deu conta na época, mas depois de 10, 15, 20 anos… você finalmente entende.

É uma sensação que tive recentemente ao assistir “It’s a Mad, Mad, Mad, Mad World” e me dar conta que o episódio “Homer the Vigilante” fez referência a ele. E, algumas semanas depois, ao ver “Charlie and the Chocolate Factory” também notar que o episódio em que o Homer assume o serviço de coleta de lixo de Springfield faz uma homenagem a tal clássica obra.

Diário: 02/08/18

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• Eu… eu tenho medo de não ser entendido, pior ainda, eu tenho medo de não me entender, de acabar não descobrindo quem eu sou e que eu fui. E de ter deixado um monte de opiniões contraditórias que não fazem o menor sentido. E as pessoas ficarem tipo: “Que porra esse cara defendia?”

• Seria fascinante se fosse possível gravar sentimentos – como gravar o sentimento de nostalgia de uma época e colocar isso pra tocar, da mesma forma que colocam damos play em músicas no Spotify.

• Dois episódios que gosto muito do Simpsons são “El Viaje Misterioso de Nuestro Jomer (The Mysterious Voyage of Homer)” e “The Springfield Files” – acho que é porque são dois episódios particularmente distintos e peculiares, e que fogem da narrativa tradicional da série. Talvez seja também porque eu tenho boas recordações de quando eu assisti esses episódios pela primeira vez – tal como esse filme do Scooby-Doo. Continuar lendo Diário: 02/08/18

Easter Eggs Existências

É curioso, a sensação de entender uma referência anos, às vezes até mesmo décadas, após você ver aquilo pela primeira vez. Quando você nem sabia que havia alguma referência, quando pensou que era apenas alguma piada sem graça, ou estranhosidades e idiossincrasias alheias. Queria que fosse algo mais “poético” o motivo dessa minha pequena observação, mas o que me levou a refletir a respeito disso foi, bem… Os Simpsons. Quero dizer, eu cresci vendo esse desenho e, pra dizer o mínimo, eu assisti muito ele.

E havia todas essas referências que… para uma criança ou pré-adolescente brasileiro no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 – que ainda vivia uma vida pré-internet – eram basicamente impossíveis de serem percebidas e “sacadas”:

Coisas como… quando o episódio em que o Senhor Burns abre um cassino faz referência ao Howard Hughes (o cara que tem a vida retratada no filme “O Aviador”), ou como o episódio que aborda o medo de voar da Marge faz uma breve referência ao famoso seriado americano dos anos 80 “Cheers” (que, diga-se de passagem, nunca chegou a ser exibido na TV aberta brasileira), e por aí vai…

Não sei porque exatamente resolvi escrever sobre isso, acho que talvez seja porque essas situações são uma espécie de “easters eggs” existenciais que foram plantados na sua vida 10, 15, 20 anos atrás. E é algo que você, por ter prestado atenção naquilo (mesmo sem entender as referências e muito menos saber que elas eram referências)… simplesmente lembrou de cara quando, 20 anos no futuro, assistiu a referência, assistiu a àquele filme ou seriado. Como se o acontecimento estivesse, dum estranho modo, se desenrolando ao longo de todos esses anos.

Talvez eles tenham uma palavra pra isso em alemão,entender anos mais tarde, por um certo acaso, algo que fez parte da sua vida… uma coisa que tinha algo de além nela, mas que você nunca desconfiou. Sacar algo com décadas de atraso e falar: “Caramba, é isso então?!”