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Chomsky, a Imprensa e a Narrativa


Já devo ter escrito isso em algum lugar, mas acredito que Chomsky explica de forma brilhante o processo de como ela controla as pessoas, e especialmente o processo como a mídia controla o que os próprios jornalistas vão dizer, sem nem eles mesmos se darem conta. Tem aquela famosa frase dele ao ser entrevistado por um jornalista da BBC que jurava dizendo “Oh, eu não estou me censurando” e Chomsky responde a ele “Eu acredito em você, não tenho dúvida alguma que você acredita em cada palavra que diz. O ponto é que se você pensasse diferente você não estaria aqui”. “Se eles sabem o que você pensa, podem prever sua reação”, já dizia a música.

Isso leva a um ambiente onde nem o próprio jornalista acredita que haja alguma manipulação no sistema. Uma espécie de censura onde as pessoas nem se dão conta do que está acontecendo, porque o jornalista que iria publicar algum artigo num grande jornal indo contra a narrativa dominante, ele nunca sequer foi contratado. Não só isso, como o redator ou editor chefe que iria contratar esse jornalista, ele também nunca foi contratado. E os membros do Conselho Editorial que contratariam esse redator que iria então contratar esse jornalista, eles também nunca foram contratados pelo bilionário dono do jornal. Continuar lendo Chomsky, a Imprensa e a Narrativa

Algumas breves reflexões sobre imagens num mundo onde tudo pode ser facilmente forjado

Foto totalmente 100% super verdadeira do presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrando com líder alienígena em 32 de Março de 2027.

Diante dessa nova realidade onde fotos e vídeos podem ser facilmente falsificados, venho pensando em alguns desfechos para esses cenário: O primeiro deles, e talvez o mais provável, é o que as câmeras passariam a vir com uma espécie de “EXIF criptográfico”, onde seu iPhone, por exemplo, ao tirar uma foto criaria um código de autenticação afirmando que aquela foto é verdadeira e que o arquivo dela é real e que não fora modificado de nenhuma maneira, talvez até codificando dados de geolocalização também.

Existiria então uma espécie de padronização com diferentes câmeras, celulares, tablets, notebooks, etc… rodando esse firmware. A ideia seria que esse sistema se tornaria o “padrão” e as fotos que não tivessem esse certificado seriam consideradas falsas. De fato, essa é essencialmente a ideia e a “solução” que Adobe e outras big techs vem trabalhando, o chamado “Content Authenticity Initiative” (Iniciativa de Autenticidade de Conteúdo).

Porém, isso levanta algumas questões e problemas a meu ver:

Em primeiro lugar, o governo certamente teria uma porta dos fundos com tapete vermelho estendido para eles. Ou seja, poderiam simplesmente pedir para a Apple “Oh, nos dê acesso à sua backdoor que nos permite colocar um selo de autenticação falso em imagens geradas por IA”. Em outras palavras, acreditar cegamente nesse certificado daria um poder muito grande para o governo mentir e criar falsas narrativas.

Em segundo lugar, hackers existem, provavelmente não seria só o governo que teria essa capacidade. É difícil concebermos um sistema que seja tão à prova de invasão que não consiga ser eventualmente violado, tal como ocorre com consoles de videogame e outros dispositivos com firmware bloqueado. Isso levaria a soluções cada vez mais invasivas e prejudiciais à privacidade para tentar diminuir as chances de manipulação, como um sistema cada vez mais conectado e integrado à nuvem. Algo similar ao DRM que tentaram implementar no XBOX One e que de fato colocam em prática em muitos jogos hoje em dia. O que seria algo horrível para a privacidade.

E embora horríveis para a privacidade, um cenário onde existe uma dificuldade relativamente alta para falsificar tais atestados talvez garantisse que as coisas não mudassem tanto em relação ao cenário atual. Digo, mesmo antes da IA generativa, mega corporações e governos, especialmente os das grandes potências, têm capacidade técnica de manipular imagens e vídeos a décadas. Parte do motivo de imagens e vídeos valerem tanto como evidência se dava justamente na improbabilidade de tal imagem e, especialmente vídeos, serem forjados num mundo onde os recursos para tal são restritos, chame de “autenticidade por irrelevância” se quiser.

De modo que um cenário hipotético, onde essencialmente fotos sem esse certificado digital são presumidas falsas e fotos com o mesmo são presumidas verdadeiras, porém apenas um pequeno número de agentes e organismos internacionais têm a capacidade técnica de falsificar tais comprovantes – ainda que distópicos e altamente indesejados por este autor – talvez não mudasse tanto o paradigma pré-IA.

Todavia, contudo, porém, entretanto, posso estar enganado sobre esse cálculo e análise de como o cenário pré-IA, e mais especificamente as dificuldades/vantagens do governo ao falsificar mídia antigamente, se comparam com as dificuldades/vantagens do governo de falsificar esses certificados no futuro. Talvez não seja uma “tradução” exata.

Por exemplo, sem sombra alguma de dúvida pedir para a IA criar um vídeo e depois colocar um certificado de autenticidade falso nele será várias ordens de magnitude mais fácil e barato do que era filmar um vídeo fake bem editado como fariam antigamente, dessa forma, o amplo acesso do governo a essa capacidade de falsificação numa escala e facilidade nunca antes vistas, diferentemente das limitações técnicas prévias, poderia levá-lo a produzir conteúdo falso de modo muito mais irrestrito e prolífero.

Por fim, e talvez aqui mais à título de curiosidade, penso num cenário onde esse certificado não existe, nunca é implementado por N motivos, onde essencialmente fotos e vídeos deixam de ser evidências de qualquer coisa. E, ironicamente, isso lembraria muito o mundo pré-fotografia e pré-vídeo, onde eventos eram confirmados por testemunhas oculares, documentos históricos, registros, etc, etc. Não sei o quanto esse cenário é provável de vir a se realizar, mas mesmo achei válido imaginar essa possibilidade:

“Antigamente não tinha foto de nada, por isso não tinha no que acreditar. Hoje tem uma foto de literalmente tudo, então não dá para acreditar em nada.”

Quantas pessoas a vаcina matou?

Me pergunto quantas pessoas morreram em decorrência dos efeitos colaterais da vacina contra o coronavírus? Evidentemente que a maioria das pessoas que tomou o imunizante não veio óbito, mas o número é sem sombra alguma de dúvida muito maior o que os “risíveis” 10 casos”assumidos oficialmente pelas autoridades de saúde. Para trazer um exemplo da realidade brasileira: cerca de 170 milhões de pessoas foram vacinadas. Se 0,01% dessas pessoas vierem a óbito ou sofrerem graves sequelas, já seria o alarmante número de 170.000 mortos ou enfermos.

Para piorar, não há nenhum estudo sério sendo feito sobre isso no Brasil e os poucos exemplos onde conseguiram comprovar a relação entre a vacina e o óbito eram casos envolvendo pessoas de famílias com condições financeiras, gente capaz de buscar caros exames no exterior e navegar por toda a burocracia, mas acima de tudo: gente que não se deixou levar pela narrativa da grande mídia.

Mídia que desde o início da pandemia passou a agir feito assessoria de imprensa dos grandes laboratórios. Aliás, não só a mídia, mas as próprias agências sanitárias de saúde e conselhos de medicina, que, sejamos sinceros, simplesmente acreditaram nos dados das farmacêuticas estrangeiras e deram o carimbo. “Oh, ANVISA disse que é seguro”, a ANVISA fez um teste clínico de 10 anos dessa vacina para analisar os efeitos do medicamento? Alguma instituição de qualquer lugar do mundo fez um teste com tal duração para analisar isso? Não. “Oh, os médicos dizem que é seguro”, antigamente os médicos também diziam que fumar não fazia mal e receitavam talidomida para mulheres grávidas.

Para piorar você tem essas mortes estranhas, de pessoas saudáveis morrendo de ataque cardíaco, trombose, hepatite autoimune , e afins, embora esses casos individualmente não sejam associados a vacina, existem estudos debatendo a relação entre ambos os fatores. Para terminar, deixo essa perfeita observação do jornalista Guilherme Fiuza sobre essa situação:

“Enquanto durar a propaganda enganosa sobre a segurança das vacinas de covid, repetiremos aqui esse ritual, expondo os casos de possíveis vítimas que permanecem sem a devida investigação da autoridade sanitária. Que fique claro: a omissão generalizada quanto a esse esclarecimento desautoriza qualquer um – médico, jornalista ou palpiteiro – a dizer que conhece a dimensão dos riscos envolvidos. São vacinas ainda em desenvolvimento, sem estudos conclusivos e sem o esforço suficiente para uma ampla aferição dos efeitos adversos – como mais este caso demonstra.”

A Menina, o Bebê e o Aborto

No filme “Synecdoche, New York”, uma obra conhecida pelas suas inúmeras metáforas, há uma cena no qual o protagonista, Caden, está sentado lendo um livro no avião enquanto espera o voo decolar, nesse meio tempo enquanto os outros passageiros embarcam e se acomodam, ele acaba encontrando sua terapeuta, Madeleine, e ela acaba propondo uma aventura romântica à ele, oferta a qual é rejeitada. A recusa de Caden faz com que todas as páginas do livro em suas mãos ficassem em branco, uma metáfora representando toda a história em potencial que deixou de existir com a recusa de Caden.

Dei toda essa volta para falar novamente sobre a morte do bebê de 7 meses que teve a vida ceifada com apoio da grande imprensa e do Ministério Público.

O que vimos foi a trágica história duma vida humana tirada sem a menor “necessidade” ou “justificativa”. Os riscos envolvidos em qualquer procedimento médico seriam praticamente os mesmos, fosse induzir um parto antecipado ou realizar um aborto – que diferente do que a mídia alardeou aos quatro ventos, nessas condições também teria sérios riscos à mãe. O fato é que eles teriam que tirar a criança de dentro dela duma forma ou outra, por que não retirar ela com vida? Continuar lendo A Menina, o Bebê e o Aborto

A Normalização do Absurdo

Tudo isso que vem acontecendo nos últimos anos, das medidas draconianas impostas ao longo da pandemia, e duma manipulação descarada visando esconder as prováveis origens de vazamento laboratorial do vírus, até o inquérito completamente ilegal do STF contra, entre tantos perseguidos, um deputado mum inquérito onde uma das partes é a vítima/investigador e juiz…

Tudo isso são ações desprezíveis e que precisam ser combatidas, mas o que me assusta ainda mais é a normalização disso feito pela mídia. Uma coisa seria se esses absurdos estivessem acontecendo mas estivessem sendo ferrenhamente criticados publicamente pela imprensa, mas não é isso que acontece.

“Tá tudo normal. Não estamos vivendo numa ditadura judicial e por que? Ora, a Globo não tá falando, o UOL não tá falando, a Folha não tá falando, todos os ‘respeitáveis’ veículos de comunicação não estão falando, logo nada está acontecendo!”

Nós vemos pessoas vivendo em ditaduras como na China, vemos a clara agressão russa contra um país soberano, vemos tudo isso nos perguntamos “Por que o povo não reage?”, ora porque a mídia lá, que no caso é controlada pelo governo, normalizou isso.

E o que mais me assusta e me tira o sono é: até onde eles podem ir?

A Menina, o Aborto e a Mídia

Existem certas situações com uma repercussão negativa, que de certa forma, é a própria mídia que causa. Tal como essa situação da menina que foi abusada e realizou um aborto, e a procissão de grupos religiosos e abortistas indo lá encher o saco em frente ao hospital, tentando impedir ou permitir o aborto.

Uma tragédia particular, acontecida com um anônimo, que nada dizia a respeito aos brasileiros, ganhou os holofotes porque um jornalista decidiu escrever sobre isso e a grande mídia como um todo decidiu massivamente comprar essa história. Eles podem não ter ido tão longe quanto Sarah Winter foi ao divulgar o endereço do hospital e o primeiro nome da menina (não foi o nome completo, vale ressaltar, como a mídia desonestamente deu a entender), mas o pontapé inicial não deixa de ter sido autoria deles.

Aliás, um lado mais conspiracionista meu até questionaria o quanto essas notícias – justamente por se tratarem de um caso “genérico”, digamos assim, um evento que tristemente é demasiadamente genérico num país como o Brasil – não são milimetricamente pinçadas do éter dos inúmeros acontecimentos do mundo para os jornalistas colocarem uma pauta que defendem no trend topics do Twitter e na discussão social como um todo.

Nesse caso, a legalização, não só do aborto de uma criança que foi estuprada (o que já é permitido pela lei), mas do aborto como um todo. Essa é uma clássica técnica usada pela esquerda e autoritários de plantão de todas as cores ideológicas: pega-se o exemplo ideal, e usam tal caso para justificar uma pauta muito mais ampla.

É como o Alexandre de Morais pegando um exemplo de pessoas claramente ameaçando o supremo e usando isso para justificar a censura das redes sociais de quem critica decisões da Suprema Corte, tal como o inquérito ilegal das fake news.

Curioso que a a mídia mostra uma ressalva, um cuidado e uma preocupação com a intimidade alheia maior ao dar uma notícia sobre um travesti na prisão (nesse caso, ocultando o fato dele ser um pedófilo assassino estuprador) que eles têm ao noticiar que uma criança foi estuprada (nesse caso, dizendo que ela iria realizar o aborto, o que poderia despertar paixões e inevitavelmente arrastar ela para o centro duma discussão sobre o direito ao aborto).

Enfim, creio que não caberia ninguém estar em frente daquele hospital, nem tão pouco a grande mídia ter dado essa notícia. Acho que essa criança foi abusada pelo tio, e agora está sendo usada tanto pela direita, mas principalmente pela esquerda, para os quais essa criança foi transformada – contra sua vontade – no novo totem da sinalização de virtude e da luta a favor da legalização do aborto para todas as mulheres e em todas as circunstâncias.

Certamente quem paga de bom moço na internet vai monetizar muito bem a “caridade” que fez a essa menina. De resto, e para concluir, ainda acho que alguém deveria escrever um livro sobre a caixa podre do jornalismo.